Do Caminho de Santiago ao "O Son do Camiño": Peregrinação e Rock na Galícia Mágica

Bem-vindos de volta ao Espanholeira! 😊 

Já falei de outono, burocracia e até de músicas celtas, mas e se eu te contar que a Galícia vibra não só com alma, mas também com som? 🎶

Hoje, vamos do musical ao sagrado: do Son do Camiño, o festival que celebra o fim da jornada com pura energia ao Caminho de Santiago, essa trilha espiritual que muda vidas.

Spoiler da Lidia: a edição de 2026 (18 a 20 de junho) de O Son do Camiño tá quase esgotada, então, corre!  🏃

Como brasileira que trocou o sol do interior de São Paulo pela chuva galega, descobri que aqui caminhar e dançar fazem parte da mesma jornada.

E se dizem que todos os caminhos levam a Roma… por que não deixar que o seu termine em Santiago de Compostela, com guitarra, palco e alma leve? 😉 

  

O Son do Camiño: a festa no final da jornada 🎸🎼

Se o Caminho é alma, o O Son do Camiño é o coração pulsante da Galícia!

Desde 2018, no Monte do Gozo (vista panorâmica de Santiago), o festival reúne mais 30 mil pessoas por dia para celebrar com música, sol (ou chuva!) É pura emoção!

Depois da pausa na pandemia, o evento voltou em 2022 com tudo e já virou tradição!

Já passaram por lá: Bastille, Iggy Pop, The Chemical Brothers, Green Day, Pet Shop Boys, Thirty Seconds to Mars…

É o Rock in Rio galego! 🎶

Em 2025 (sim, esse ano) o festival rolou de 12 a 14 de junho, com participações de Amaia, Carolina Durante, Kase.O, Bad Gyal, Juan Magán, Estopa, Franz Ferdinand, Steve Aoki, reunindo mais de 125 mil pessoas no O Monte do Gozo.

E 2026 promete ser histórico:

Linkin Park (com a nova vocalista!) e Katy Perry já estão confirmados, sim, ela vai “roar” por Santiago! 

👉  Dicas úteis para curtir O Son do Camiño:

- Abono de 3 dias: cerca de 147 € (e já quase esgotando!)
- Ônibus grátis da Xunta levam do centro ao Monte do Gozo
- Leve protetor solar, capa de chuva e energia pra dançar até o amanhecer  
- Há camping disponível! 
- Entradas no site oficial: www.osondocamino.es

O Caminho de Santiago: onde cada passo conta 🚶

Dizem que quem faz o Caminho de Santiago está querendo encontrar as respostas para os seus porquês. 

E eu te garanto: nessa jornada, você aprende mais do que os quatro porquês da gramática. 😂

O Caminho de Santiago é mais que uma trilha: é uma lenda viva.
No Caminho Francês, o mais famoso e tradicional, são mais de 780 km, começando em Saint-Jean-Pied-de-Port, na França, atravessando montanhas, e vilarejos, guiados por flechas amarelas e conchas.

Essas flechas, curiosamente, são uma invenção recente: em 1984, o padre Elías Valiña, de O Cebreiro, começou a pintá-las para ajudar peregrinos a se orientarem quando as rotas estavam quase esquecidas.

Hoje, elas são o símbolo de segurança e direção da rota jacobeia.

E claro, há a famosa concha do peregrino (vieira): usada como prova de que o viajante completou sua peregrinação até Finisterre.

É sinal, lembrança e amuleto, o símbolo de quem caminha com propósito.

Eu fiz o Caminho? Claro que sim… de carro!  🚗😆
Dizem que cada passo é uma reflexão e no meu caso, foi cada curva.
Mas prometo: um dia ainda faço a pé!

A chegada à Praça do Obradoiro, diante da catedral, é mágica!

Muitos choram, outros riem, todos se sentem transformados.
E sim você pode até pegar seu certificado, a famosa Compostela (5 € na catedral).

👉  Dicas práticas para o Caminho:

- Baixe o app oficial da Xunta de Galicia (tem mapas offline!)
- Leve botas impermeáveis, a chuva é rainha por aqui! 
- Compre a credencial (5 €) para carimbar a cada etapa
- Quer versão curta? Comece em Sarria, 5 dias de caminhada e mil histórias pra ouvir.

Conclusão: peregrinar é um estado de alma 🌈

Entre conchas e guitarras, a Galícia une espiritualidade e festa. 

O Caminho te leva à fé; O Son do Camiño te faz dançar com ela. 

Eu, que vim sem saber que ficaria, sigo aqui: caminhando (de carro por enquanto!), dançando, escrevendo, e, claro, tomando café 🍵  entre uma história e outra.

🎧Ouça "The Sound Of The Way" no Youtube e sinta essa vibe! 

https://youtu.be/yEXp-T6Wyc0?si=j00lNRf6muq7aybk

E me conta: qual caminho você faria primeiro? 

Comente e compartilhe com #Espanholeira! 

Quem sabe a gente não se encontra no Monte do Gozo em 2026? 😉

Porque, no fim das contas... This is the Way. ✨

 

Galicia: terra de mitos, brumas e inspiração

Há lugares que não se explicam, apenas se sentem. A Galicia é um deles! Aqui, o tempo anda devagar. 

As aldeias, nascidas da própria terra, vibram em festas cheias de gaitas, risos e vinho, parte de um ciclo eterno entre vida, natureza e tradição. 

Talvez por isso tantos peregrinos se encantem, caminhando entre montanhas cobertas de névoa e o eco distante do mar, onde ela guarda histórias sussurradas pelos ventos, contos de meigas e mouros encantados, bosques que parecem respirar e pedras que lembram memórias antigas.

Alma da terra

E se alguém te disser que as meigas não existem… sorria! 

Elas estão por toda parte: nas mulheres que chamam as crianças de "repunantiños", nos olhos que veem além da névoa e nas mãos que guardam segredos antigos. 

Ser galego, ou amar a Galicia, é carregar um pedacinho de magia no olhar. Há beleza no silêncio, força na chuva e poesia nas ruínas. 

A música galega, que pulsa com alma própria, é um chamado ancestral, como em "Autumn Path", onde cada nota parece nascer da terra molhada pela bruma.

Uma lenda e uma escolha

Reza a lenda que, na manhã de São João, em uma hora misteriosa, em que a lua ainda não se pôs e o sol tenta nascer, aparece na Pena Molexa uma bela "moura" que fica penteando seus lindos cabelos com um pente de ouro, rodeado de tesouros.

Ao mortal que contempla sua beleza, ela oferece uma escolha: uma das joias, a que melhor se adapte ao seu gosto. O sortudo, ou o espertão, nunca consegue escolher o  maior e melhor tesouro.

Então, tudo desaparece diante dos seus olhos e a jóia escolhida... vira carvão!

A "moura" volta a se esconder da vista dos mortais, esperando o ano seguinte. Alguém que realmente saiba valorizar o verdadeiro tesouro: ela!   

Então eu te digo: “As meigas existen, e ti sabes que é verdade.” 

E ti… crés nas meigas? 

Caminhando por essas terras, sinto os séculos me observando em silêncio. É um pertencimento misturado com mistério, como voltar pra casa.  

Imagino, como O Senhor dos Anéis deveria ter sido filmado aqui, com Aragorn dizendo a Legolas e Gimili: 

"Vamos caçar alguns orcs!" 

A Galicia desperta o adormecido e convida à criação. A Galicia é inspiração viva, um eco de lendas e sonhos. 

Qual lenda, som ou lembrança te conecta a ela?

Compartilhe nos comentários!

Ouça Autumn Path no YouTube: 

https://youtu.be/PkRKCQBkc-g?si=jhstq_LBno0Ynvzx

Saudade, Morriña e o Som que Une Corações

Dizem que nós, brasileiros, temos uma palavra que não existe em nenhum outro idioma: saudade. É um sentimento que carrega um mundo dentro de quatro sílabas, um misto de lembrança, carinho, dor e, ao mesmo tempo, gratidão.
Aqui na Galicia, onde vivo, descobri que existe uma palavra irmã: morriña. E, acredite, ela carrega a mesma força. É aquele aperto no peito, mas também um sorriso tímido quando lembramos de algo que foi bom.

A Bagagem Invisível

A saudade não tem um único rosto. Às vezes é a falta de uma pessoa querida que já não está por perto; outras vezes é a lembrança de um lugar, um cheiro, uma música ou até um costume que fez parte da nossa história.
É como se o coração fosse feito de várias casinhas e, em cada uma delas, vivessem memórias. Quando abrimos a porta de uma, lá está ela: a saudade. 

No fundo, essas palavras são pontes invisíveis entre culturas.

O que é Saudade?

Para brasileiros e portugueses, saudade vai além de sentir falta. É uma memória viva, uma presença e ausência que dançam juntas.

E o que é Morriña?

Já na Galicia, morriña é saudade de casa, do cheiro do mar, do verde das montanhas, da música que embala a infância. É um sentir que também canta e chora.

Por que Esses Sentimentos Nos Unem?

Esses sentimentos falam do humano: raízes, histórias, marcas deixadas por quem passou.

Aqui, vivo entre duas casas: o Brasil que carrego no peito e a Galicia que me deu novas histórias. Por mais que eu ame estar aqui, um pedacinho do meu coração sente falta do “lá”. E trago um pouco daqui para lá, costurando essa ponte invisível que me mantém inteira.

Música Como Inspiração

Essa mistura de sentimentos também inspira arte. Foi assim que nasceu a música “I Miss You Here”, uma canção calma, de violão, que fala sobre a falta de alguém querido e sobre como a vida continua, mesmo com esse vazio.
Cada verso é uma tentativa de transformar saudade em melodia, como se cantar fosse uma forma de abraçar quem não está.

3 Formas de Viver a Saudade

👉Guardar fotos e cartas que preservem memórias.
👉Mandar uma mensagem inesperada para quem faz falta.
👉Escutar uma música que traga conforto, como "I Miss You Here".

Em resumo, saudade e morriña são irmãs!

Ambas nos lembram que sentir falta é sinal de que algo ou alguém foi importante.

Qual é a sua saudade ou morriña hoje? Compartilhe nos comentários!

🎶🎵  Ouça “I Miss You Here” no YouTube

https://youtu.be/UtqnKtaPDAg

O Dilema de Imigrar: Entre a Coragem e o Caos

Se nos primeiros posts falamos de documentos, filas infinitas e aquele momento  mágico em que você percebe que seu nome vai ser pronunciado errado para sempre, agora vamos falar do que realmente dói: o coração.

A bagagem que não cabe na mala 💼

Há uma saudade que não cabe no container.

Ela vem com você, espreme-se entre as roupas e se instala em silêncio.

E, claro, junto vem a culpa:

por ter ido,

por não ter ficado,

por não estar onde deveria (ou onde dizem que você deveria estar).

A pressão de parecer feliz  
No meio disso tudo, você precisa sorrir e postar nas redes sociais que está “vivendo o sonho”, porque ninguém quer ver a parte em que você chora lavando a louça. 
A ironia?
As pessoas de lá acham que você está rico.
As de cá acham que você veio tentar a sorte.
E você? Bem… você só está tentando sobreviver, pagar boletos e manter a cabeça erguida.

 

A travessia 🚣

Na prática, é aprender a ligar o fogão, pedir pão sem parecer que está recitando um feitiço e descobrir que café sem pão de queijo é uma heresia. 

Imigrar parece cena de filme com trilha sonora épica, tipo Rise of the Wanderer.

Os primeiros meses são uma mistura de:

Encanto — tudo é novidade, tudo é lindo, até o mercado. 

Choque - horários diferente, "bom dia" sem sorriso, preços que doem.

As pequenas vitórias😀

E aí vem o lado lindo (porque ele vem):

o dia em que você entende uma piada local,

o dia em que alguém fala seu nome sem tropeçar,

o dia em que você não se perde no caminho do mercado.

Cada avanço é uma vitória digna de fogos de artifício (mesmo que só na sua cabeça).

O que significa ser imigrante 

Imigrar é poesia e caos ao mesmo tempo.

É uma batalha silenciosa, cheia de pequenos triunfos.

Não é sobre ser herói, é sobre ser humano: tropeçar, rir de si mesmo e, ainda assim, permanecer firme.

⏰O despertar

Porque quando a aurora chega, nós nos levantamos vermelhos como ela, prontos para mais um dia.

Quem imigra não desiste, se reinventa!

🎶🎵Trilha sonora para este texto: 

Para sentir toda a força dessas palavras, ouça Rise of the Wanderer. Essa música foi feita para acompanhar cada passo de quem precisa recomeçar longe de casa. É o hino silencioso de todos os imigrantes que continuam se erguendo, dia após dia.

Qual foi sua pequena vitória como imigrante? Conte nos comentários!

Link: https://youtu.be/dZdl_M9M16I?si=-SKZz0z6Sj4PHx5h

Nos episódios anteriores de Espanholeira…

Falei de outono, folhas douradas e castanhas quentinhas na Galícia. Também contei sobre NIE e DNI, documentos sem os quais nada anda por aqui.
Hoje, vamos avançar de fase: viver na Espanha é lindo, mas as contas não se pagam só com paisagens! Bora falar da busca por emprego, com dicas práticas e um toque do meu jeitinho brasileiro. Respira fundo, porque o processo pode ser lento, mas entre uma papelada e outra, sempre sobra uma boa história pra contar!

Primeiro passo: Número de Seguridad Social

Esse número é seu passaporte para trabalhar, contribuir pro sistema e acessar benefícios (como saúde). Ele é único, pessoal e vai te acompanhar durante toda a vida profissional no país.

Quando você começa a trabalhar, o mesmo código passa a se chamar Número de Afiliación, mas os dígitos são os mesmos.

Pra que serve?

- Registrar-se como assalariado ou autônomo.
- Contribuir para a Seguridad Social.
- Garantir acesso a serviços médicos e benefícios sociais.

Detalhe: o sistema de saúde da sua comunidade usa esse número pra emitir a tarjeta sanitária. Sem ele, você só pode ser beneficiário (por exemplo, crianças vinculadas aos pais).

Como conseguir esse número

É simples, mas depende da sua situação:
- Pessoalmente: em qualquer unidade da Tesouraria da Seguridad Social, sempre com “cita previa”.
- Online: usando a sede eletrônica (se você já tiver certificado digital). 
- Pelo empregador: alguns cuidam disso no contrato, mas é bem raro.

E o melhor: não precisa pagar nada!

O Orientador Laboral

Aqui entra um personagem importante: o Orientador Laboral, tipo aquele NPC de jogo que te dá as missões certas.
Na Oficina de Emprego da sua cidade, você marca uma cita e ele te ajuda a:
- preparar um currículo no modelo europeu;
- procurar vagas de trabalho;
- se inscrever em cursos gratuitos.

Networking à moda galega

Esqueça mandar 100 currículos online. Aqui, o famoso “boca a boca” reina. O vizinho da Maria fala com o primo do José, que conhece a tia da Joana, que conhece alguém e… surpresa! Quando você menos espera, surge uma vaga.

Às vezes, um café na praça rende mais contatos que horas no computador.

Resumo Espanholeira para conquistar o emprego

✔ Documentação: NIE e DNI na mão.
✔ Seguridad Social: tire seu número (cita prévia online). 
✔Orientador: marque cita na Oficina de Emprego.  
✔Currículo: prepare no modelo europeu e foque em suas habilidades.
✔ Networking: confie no boca a boca, vale mais que 100 CVs!
✔ Paciência: leve um livro, porque fila é cultura!

💪E acima de tudo: não desanima! Cada carimbo que você conquista é como uma medalha desbloqueada nesse jogo da vida na Espanha.

E você? Já enfrentou a burocracia espanhola? Conta sua saga nos comentários!

 

🍂Samaín e Magosto: quando o outono galego desperta  a magia

Há muito tempo atrás, antes do Halloween americano, os celtas já celebravam o Samaín na noite de 31 de outubro. Do gaélico Samhain (“fim do verão”), ele marcava a passagem para o inverno e o Ano Novo celta.

Morar na Galícia, para mim,  que vim de um Brasil onde o calor parece eterno, é descobrir uma música própria no outono: metade magia, metade aconchego.

Samaín: o portal entre mundos

O Samaín não era apenas uma festa, era um portal. Para os antigos celtas, era o momento em  que o véu entre vivos  e mortos ficava mais fino, permitindo que os espíritos caminhassem entre nós.

Aqui, as abóboras são esculpidas (como o Halloweem, mas com alma galega), as fantasias assustadoras e o famoso "truco o trato" das crianças misturam folclore celta com o moderno.

As meigas (feiticeiras sábias e curandeiras) sussurram lendas nas noites frias, os trasgos (duendes travessos) pregam peças, e as fadas parecem se esconder entre as folhas secas do outono. É uma atmosfera única, onde história e magia se abraçam.

Magosto: o fogo e a alma do outono 

Se o Samaín é a porta para o mistério, o Magosto é o abraço caloroso do outono. Celebrado em novembro, tem como protagonista a castanha, o alimento sagrado para os celtas, símbolo de abundància e renascimento.

Comer castanhas não é apenas um costume: é conectar gerações, como se cada mordida trouxesse memórias dos antepassados. Fogueiras iluminam praças e os montes, as famílias se reúnem, e o estalo das castanhas parece contar segredos antigos.

Nas escolas, as crianças fazem colares de castanhas e brincam, enquanto em algumas aldeias dizem que elas “alimentam as almas” dos antepassado que partiram. 

O fogo simboliza a união, a vida que resiste ao frio que se aproxima. E cada castanha partida nos lembra que fazemos parte de uma roda maior, onde passado e presente se encontram.

O outono galego não é apenas uma estação: é um ritual vivo, cheio de símbolos, calor humano e encantamento celta.

E você? Já viveu um outono mágico como o da Galícia, que parece saído de uma lenda? Conta aí nos comentários 🍂🍁

E se você quiser entrar no clima do outono mágico galego, ouça Autumn Path no Youtube: 

https://youtu.be/PkRKCQBkc-g?si=7el9Mufa85QkxxeF

 

Uma brasileira entre celtas, romanos e gaitas de foles

  

Você já foi a uma festa onde romanos e celtas tomam cerveja juntos, ou onde as pessoas pulam fogueiras pedindo desejos à sua bruxa interior? 

Pois bem, morar na Galícia é como viver em um episódio de Outlander misturado com Vikings. Com um toque de magia celta, claro! 

Se você acha que festa boa é só no Brasil, com churrasco, cerveja, música alta e vizinho pedindo para abaixar o som, é porque ainda não conhece as pérolas escondidas da Galícia. 

Por aqui, tem festa celta na floresta, vikings invadindo vilas, tudo isso regado a gaitas, filloas e albariño. 

Mas antes de tudo, prepara o coração e coloca a trilha sonora certa (de preferência algo celta!) para combinar com o clima. Cá entre nós: é bem apropriado para essa aventura.

De romanos a vikings de sandália de couro

Aqui, festa é coisa séria. E criativa! Temos de tudo, e aqui vão algumas das minhas favoritas na Galícia:

- Festa do Apóstolo Santiago (Santiago de Compostela):

A celebração mais importante do ano, em honra ao Apóstolo Tiago, (ou "Santiago" como chamam por aqui). Milhares de peregrinos chegam pelos mais diversos Caminhos para visitar a tumba do Apóstolo. A cidade ferve com os fogos que recriam a  fachada gótica da catedral em projeções 3D. Danças regionais, música de gaita, shows e verbena transformam as ruas em pura festa. 

- Semana Santa de Ferrol: 

A tradição começou no século XVII e vai do Domingo de Ramos ao Domingo de Ressureição. Cinco irmandades organizam procissões pelas ruas, mas o auge é na Quinta e Sexta-Feira Santa, quando todos se reúnem para assistir. Em 1995, virou Festival de Interesse Nacional. 

- Feira Franca de Pontevedra: 

Uma festa que celebra o privilégio concedido pelo rei Henrique IV no ano de 1467, para criar um mercado livre de impostos por um mês. Desde o ano 2000, a cidade revive essa tradição com trajes medievais, música, danças e banquetes. Uma verdadeira viagem no tempo!

- Festival de Ortigueira: 

Nasceu pequeno, mas hoje é quase uma rave celta folk. Se o Hobbit tivesse uma festa, seria aqui! Gratuito, com música folk, exposições, feira de artesanato e desfile de bandas de gaita. A vibe hippie-celta é tão forte que até um druida largaria o bosque pra dançar. É o Rock in Rio das fadas e bardos, um dos maiores festivais de música celta do mundo. Fica a dica!

- San Froilán (Lugo): 

Celebrado desde 1754, é a grande festa de outono da Galicia. Com barracas, feira medieval, shows, magia e o “San Froilán Miúdo” para criançada, é imperdível!

- Arde Lucus (Lugo): 

Desde 2000, quando a Murulha Romana de Lugo virou Patrimonio Mundial da UNESCO, essa festa recria a época romana. Gladiadores, césares, soldados e druidas tomam as ruas. Se você não saiu de lá com uma túnica ou uma lança… estava na festa errada!

- Entroido (Ourense): 

Um dos carnavais mais importantes da Espanha, com fantasias e máscaras únicas, enchem as ruas de cor e música. É uma mistura de carnaval brasileiro com bruxaria galega, simplesmente espetacular!

- Hogueras de San Xoán (Coruña): 

Festa pagã para o solstício de verão, com fogueiras para celebrar a noite mais curta do ano. Pula-se o fogo, queima-se os males, comem-se sardinhas e se faz um desejo olhando para o mar. É a noite dos sete saltos! Tipo São João no Brasil, mas com muito mais bruxaria (e sem forró e sertanejo).

- Romeria Vikinga de Catoira: 

Revive os desembarques vikings com barcos e gritos de guerra, hidromel, teatro, comida viking, música, mercado medieval e batalhas encenadas. Os vikings de Catoira são mais divertidos (e mais bêbados) que em The Last of Kingdom! É como se a Galícia dissesse: “Já fomos invadidos, agora invadimos as memórias dos turistas!”

Brasil x Galícia

“O que seria do brasileiro sem a sanfona, sem a viola caipira e do galego sem uma gaita e a pandeireta?”Aqui se pula fogueira com rituais pagãos, la cantamos "pula fogueira iáiá, pula fogueira iôiô". No Brasil, o sertanejo reina nas festas juninas, na Galícia, a estrela é a banda celta. No fundo, o espírito é o mesmo: rir, exagerar e buscar alegria.

E no final...

Viver entre festas vikings e músicas dramáticas é o meu tipo de equilibrio cósmico.  A Galícia me deu um novo jeito de entender o passado, e o Brasil me deu ritmo. Seja em Catoira tentando ser um viking ou no interior de São Paulo dançando quadrilha com chapéu de palha, a essência é igual: todo mundo, no fundo, só quer um pouco de felicidade.

Dicas da Lidia para curtir as festas na Galícia:

👉Roupa confortável: sapatos para caminhar e algo à prova d’agua, a chuva pode aparecer! 
👉 Comida: empanadas, albariño e hidromel são obrigatórios.
👉 Chegue cedo: lugares lotam rápido, especialmente em Santiago e Ortigueira. 
👉Participe: pule a fogueira em San Xoán ou vista uma túnica no Arde Lucus. A diversão é garantida! 

E você? Qual festa galega te chamou mais atenção? Já foi a alguma delas ou tem alguma outra que eu não comentei e vale a pena conhecer? 
Me conta nos comentários! 😉